D. Crisóstomo d’Aguiar
Nascendo para padecer e morrer, Jesus hoje triunfa da morte e do pecado, e o gênero humano fica livre do jugo do príncipe das trevas, Favor tão grande que todos devemos, perante Cristo ressuscitado, dirigir vivíssimas ações de graça, homenagem do nosso reconhecimento (Introito), “louvar o Senhor porque é bom, e eterna a sua misericórdia” (Gradual).
Agradeçamos a Deus ter-nos aberto, com a vitória do Salvador, o caminho do Céu, e peçamos-lhe que nos auxilie os esforços para chegarmos ao supremo bem (Oração), nós que, membros da Igreja, vemos hoje o nosso Chefe vencedor sair do túmulo, e nos confirmarmos na esperança que acalentamos de que um dia igual sorte nos é reservado.
É mister, diz S. Paulo (Epístola), que à semelhança dos judeus que comiam o Cordeiro pascal com pão ázimo, nos alimentemos, celebrando a Páscoa do Cordeiro de Deus, com inocência e uma vida pura e santa (Comunhão); devemos levar vida sem o fermento da maldade, procedendo diante de Deus com simplicidade de filhos, sem nada de comum com a natureza avariada, e refletindo puramente a bondade e beleza divinas.
Para nos elevarmos aonde Cristo nos quis conduzir, temos que O seguir até à sua imolação na Cruz; se ali Ele alcançou vitória, antes mesmo de sair do sepulcro, o mesmo se há de passar conosco.
Sigamos as santas mulheres (Evangelho e Ofertório), que vão embalsamar o corpo de Jesus e, deparando, como elas, com o túmulo vazio, ouçamos da boca do Anjo a boa nova da Ressurreição. Celebremos este grande mistério com o mais vivo júbilo, pois o Salvador nos deu a vida; e para que a nossa alegria se prolongue para todo sempre, no Céu, comecemos a viver uma vida inteiramente nova.
[Segue abaixo o texto do próprio da Missa do Domingo da Ressurreição]