D. Crisóstomo d’Aguiar
O Evangelho mostra-nos Jesus transfigurado no Tabor, como modelo do que a penitência quaresmal, observada a exemplo de Cristo, de Moisés e de Elias, deve produzir em nossas almas até a festa da Páscoa, em que a Igreja há-de celebrar os triunfos “do homem que ressuscita de entre os mortos”.
Quer Deus que nos santifiquemos, refreando as paixões do corpo, e praticando a caridade (Epístola), e por esse motivo pedimos a Deus “um auxílio interior e exterior”.
Sitiados de todos os lados, a cada passo topamos temíveis emboscadas dos inimigos, e sabemos quão longe se vai estendendo o seu domínio.
Não ignoramos quão frágil é a carne, e como facilmente expões a lamentáveis quedas o espírito mais firme e resoluto, às vezes; quão numerosas ocasiões e incentivo de pecado são certos passatempos e prazeres de dissipação, todos o sabem, todos o experimentam, e os ensinamentos que sobre isso nos dá S. Paulo (Epístola) são de empolgante eloquência.
Para combater todas a funesta influências “de dentro e de fora” é mister luta sem tréguas, em que talvez soçobre a nossa fraqueza.
Neste combate contra as paixões, alenta-nos e dá-nos força a contemplação das grandezas de Jesus transfigurado, e assim nos preparamos para vermos o Mestre nas humilhações da sua Paixão.
[Segue abaixo o texto do próprio da Missa do Segundo Domingo da Quaresma]