D. Crisóstomo d’Aguiar
Chama-se In albis porque neste dia depunham os neófitos as suas vestes brancas; Quasimodo, das primeiras palavras do Introito; e finalmente, Oitava de Páscoa, porque, segundo o antigo conceito romano, com as Vésperas de ontem acabava a semana de Páscoa, e a Coleta sublinha expressamente que é hoje que se encerram as solenidades pascais.
Os neófitos, em sinal de que chegou ao fim a festa, depõem, pois, as suas túnicas brancas, para retomarem as vestes ordinárias, havendo sentido já as doçuras que o Senhor prodigaliza aos seus recém-nascidos nos primórdios da vida cristã (Introito). A fé de que viverão tem por alicerce o testemunho do Pai, que, no batismo de Cristo, o proclamou seu Filho, do Filho que, na Cruz, se patenteou Filho de Deus, e do Espírito Santo que, pela ressurreição, proclama a divindade do Salvador.
Por isso o Evangelho, que nos fala das duas aparições do Mestre no Cenáculo, confunde a incredulidade de Tomé, e louva todos os que, sem o terem visto, nEle creem. Creiamos, então, em Jesus, e na Eucaristia, onde a fé no-lo faz entrever sob os véus que o encobrem; e dirijamos-lhe o grito de fé e de humildade que o Apóstolo lhe dirigiu: Meu Deus e meu Senhor!
O mistério da Páscoa abre tão extensos horizontes para a vida bem-aventurada, que seria prazer contemplá-lo. Consolemo-nos ao menos em viver d’doravante do “espírito pascal” prestando atenção aos ensinamentos que a Santa Igreja hoje nos concede tão abundantes.
[Segue abaixo texto do próprio da Missa do Domingo In Albis]