D. Crisóstomo d’Aguiar
Regressando do monte das Oliveiras, donde o Salvador desapareceu dos seus olhos, os cento e vinte Discípulos “ficaram no Cenáculo unânimes na oração com as santas mulheres e Maria, Mãe de Jesus”, durante nove dias. Tinham concorrido a Jerusalém grande número de forasteiros que, foram testemunhas da vinda do Espírito Santo. Revestidos da força do Alto (Evangelho) por esse Espírito que, depois que Jesus lançara os fundamentos da Igreja, no decurso da sua vida apostólica, lhes devia acabar a formação, os Apóstolos vão agir, e estender o reino visível de Jesus sob a impulsão do Paráclito.
Jesus anunciara a vinda do Consolador (Evangelho)e essa promessa realizou-se (Epístola): à hora de terça, o Espírito de Deus invadiu o recinto onde estão congregados os Apóstolos, e um vento impetuoso soprando subitamente e umas línguas de fogo aparecendo no interior da casa, anunciaram-n’O.
Esclarecidos por suas luzes maravilhosas (Oração) e cheios dos seus sete dons (Sequência), sentem-se renovados, e vão renovar, por sua vez, o universo inteiro (Introito, Aleluia).
Também a nós se estende a virtude dos dons que naquele dia se derramaram sobre a Igreja.
A Missa solene é o momento em que recebemos também “o Espírito Santo que Jesus, subindo ao Céu, derrama sobre os filhos da adoção” (Prefácio), porque cada um dos mistérios do Ciclo opera frutos de graça no dia em que a Igreja o celebra.
Da mesma forma que, no Advento, suspirávamos pelo Verbo, cantando “Vinde, Senhor, expiar os crimes do vosso povo!”, digamos nesta época ao Espírito Santo: “Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo do vosso amor”; ou então, repitamos as estrofes tão penetradas de suavidade e de unção dessa bela Sequência que tão bem traduz os sentimentos e as aspirações da alma cristã. Quanto mais nos imbuirmos delas, mais fundo entraremos no sentido desta festa de Pentecostes.
[Segue abaixo o texto do próprio da Missa do Domingo de Pentecostes]