D. Crisóstomo d’Aguiar
Não cessaram ainda os ecos da solenidade de Pentecostes, e já a Liturgia canta um novo cântico em honra da adorável Trindade, pois é pela contemplação deste altíssimo mistério que a Igreja, nossa mãe, quer encerrar o Ciclo festivo que relembra a economia da nossa salvação.
A Santíssima Trindade é princípio e fim do culto católico e assim não admira que, pelo ano adiante, se multipliquem, nas fórmulas cultuais, louvores das Três Pessoas divinas.
Em cada uma das Horas canônicas, o Gloria Patri, encontrando-se no fim dos salmos, hinos, cânticos e orações, dá no Ofício divino a maravilhosa unidade que nele se observa. A seu turno todo o Ciclo litúrgico gravita na mesma órbita da glorificação divina.
Iniciando-se no Avento, quando nos mostra a segunda Pessoa, Verbo “descendo do seio do Pai a tomar carne e habitar entre nós”, faz-nos ver o “gigante que salta do seio do Pai”, fazendo rápida carreira na plena execução da vontade do seu Pai, até que “entre as mãos do Pai entrega a sua alma”, ressuscita, sobe ao Céu, e de lá manda o seu Espírito Santo, que continuará, duma maneira invisível, a guiar e a orientar as almas, feito na vida da Igreja como que “agente permanente do Pai e do Filho”.
Não nos admiremos, pois, que a Igreja instituísse uma festa que tivesse por objeto especial o culto da Trindade Santa, depois de nos ser dado contemplar, um a um, os mistérios da Redenção.
Façamos com a Liturgia profissão de fé na santa e eterna Trindade bem como na sua indivisível unidade (Secreta) e estaremos armados contra todas as adversidades (Oração).
[Segue abaixo o texto do próprio da Missa da Festa da Santíssima Trindade]