D. Crisóstomo d’Aguiar
Com a sagrada Liturgia cantemos hinos de louvor à bondade do nosso Deus que “dá força ao seu povo” e nos patenteia a sua misericórdia, quando nos perdoa, operando nas almas maravilhosas transformações, como a que vemos em S. paulo que, de perseguidor, se mudou em Apóstolo.
Aquele surdo mudo curado por Jesus (Evangelho) é o protótipo, o símbolo de cada um de nós, alvo das divinas misericórdias, não obstante as nossas infidelidades. Surdos aos ensinamentos do Mestre, temos também a língua presa pelo pecado, que não nos deixa louvar a Deus… Mas venha a Igreja e reproduza o gesto que Ele faz sobre o pobre surdo-mudo, abra-nos os ouvidos, desligue-nos a língua, e poderemos então escutar a palavra divina, e proclamar livremente a nossa fé, cantando, ao som melodioso dos instrumentos músicos, o nosso Deus que nos protege (Aleluia), porque, havendo posto nEle as nossas esperanças, fomos socorridos (Gradual), nossas chagas ficaram curadas (Ofertório) e fomos cheios de força e coragem (Introito).
Demos ao Senhor, por intermédio da sua Igreja e de seus pobres, as primícias dos bens que do Céu nos vem (Comunhão). No santo Batismo, e Espírito de Deus fez-nos seus e para si nos quer guardar, corpo e alma, eternamente: mas podem as nossas infidelidades enganar o seu amor! Peçamos, pela celeste Eucaristia, alimento dos batizados, que nos sejam mortificadas as paixões, esclarecidas e fortificadas as almas, e nos fique, assim, assegurado o pleno efeito do nosso Batismo: ressurreição gloriosa, divina e eterna beatitude.