D. Crisóstomo d’Aguiar
A Igreja lembra-nos os derradeiros tempos do mundo, em que o inimigo das almas exercerá de um modo violento o seu poder sobre os homens, pois em breve ele lhe será arrebatado. Contra Jó encarniça-se o seu furor, e o patriarca da paciência é privado de todos os seus bens, e assediado de sofrimentos. Os mais justos serão sujeitos às perseguições do inimigo também.
É mister que estejam precavidos contra as ciladas dos poderes do inferno os filhos da luz, e se armem para os combates a travar nos últimos dias (Epístola). São Paulo dá-lhes por armas cinturão, couraça, broquel, capacete, e espada, para que, fortalecidos no Senhor, a cuja vontade nada poderá resistir (Introito), sejam defendidos contra todos os que os perseguem (Comunhão).
Protegidos de toda a adversidade, porque Deus nos guarda, podemo-nos dar com toda a segurança à prática das boas obras (Oração), para glória do Senhor. Essas, todas se resumem na caridade, síntese do cristianismo (Evangelho), e manifestam-se no perdão do inimigo e na dedicação até para com aqueles que nos odeiam (Evangelho).
Sejamos bons para com nossos irmãos. Se não, escaparemos à cólera daquele credor poderoso, ao qual todos somos devedores, no dia temeroso das contas?! As nossas dívidas nos serão perdoadas, então, se também formos justos e misericordiosos para com os que nos devem.
Que Deus nos livre dos assaltos do inimigo, nos faça imitar a sua caridade (Oração), e, como dizemos no Padre nosso, continue sempre a guardar-nos de todo o mal.
[Segue abaixo o texto do próprio da Missa do Vigésimo Primeiro Domingo depois de Pentecostes]