Thomas Campbell, Enciclopédia Católica
Santo Apolinário foi um dos maiores mártires da Igreja. Foi consagrado bispo de Ravena pelo próprio São Pedro. Os milagres que ali operou logo atraíram a atenção oficial, visto que converteu muitas pessoas à fé. Ao mesmo tempo, Apolinário atraía para si a fúria dos idólatras, que o espancaram cruelmente e expulsaram-no da cidade. Foi encontrado inconsciente na praia e escondido pelos cristãos, mas viria a ser novamente capturado, forçado a andar sobre brasas e foi expulso pela segunda vez. Como bom pastor, porém, permaneceu nos arredores da cidade com seu trabalho de evangelização. Tendo voltado a Ravena pela terceira vez, novamente foi pego, cortado com facas e teve água fervente derramada sobre suas feridas. Como se não bastasse, foi atingido na boca com pedras por persistir nas pregações, e, carregado com cadeias, foi jogado em um calabouço, no qual foi submetido à tortura por fome.
Após todas essas provações, Santo Apolinário foi colocado em um navio e enviado à Grécia. Lá, continuou o mesmo curso de pregações, milagres e sofrimentos; e quando sua mera presença causou o silenciamento dos oráculos, depois de uma surra cruel, ele retornou à Itália. Tudo isso continuou por três anos, e ele retornou a Ravena pela quarta vez. A essa altura, Vespasiano era imperador, que, em resposta às reclamações dos pagãos, emitiu um decreto de exílio contra os cristãos. Apolinário permaneceu escondido por um tempo, mas terminou preso e barbaramente espancado. Sete dias após esse grande espancamento, expirou predizendo que as perseguições aumentariam, mas que, no fim, a Igreja triunfaria.
Não há certeza sobre seu local de nascimento, embora seja provável que tenha sido Antioquia. Também não pode ser categoricamente afirmado que ele foi um dos setenta e dois discípulos de Jesus Cristo, como foi sugerido. A data exata de sua consagração não pode ser afirmada, mas foi bispo de Ravena por vinte e seis anos.
Fonte: Campbell, Thomas. “St. Apollinaris.” The Catholic Encyclopedia. Vol. 1. New York: Robert Appleton Company, 1907. <http://www.newadvent.org/cathen/01616a.htm>.
Traduzido por Gustavo Quaranta a partir da versão espanhola disponível em <http://ec.aciprensa.com/wiki/San_Apolinar>.
[Segue abaixo oração ao santo por ocasião de sua festa, a 23 de julho, extraída do Missale Romanum, 1943.]
OREMOS Ó Deus, remunerador das almas fiéis, que consagrastes este dia pelo martírio do bem-aventurado Apolinário, vosso Sacerdote, concedei, Vo-lo suplicamos, a nós que somos servos vossos, que obtenhamos o perdão pelas preces daquele, cuja festa gloriosa celebramos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. | OREMUS Deus, fidélium remunerátor animárum, qui hunc diem beáti Apollináris Sacerdótis tui martyrio consecráti: tríbue nobis, quæsumus, fámulis tuis; ut, cujus venerándam celebrámus festivitátem, précibus ejus indulgéntiam consequámur. Per Dóminum Nostrum Jesum Christum. |