D. Crisóstomo d’Aguiar
É a festa do triunfo da gloriosa Mãe de Deus que neste dia sobe aos Céus, onde é coroada rainha dos anjos e dos homens; e por isso os milhões de cristãos, espalhados pelas cinco partes do mundo, em milhares de templos, unem as vozes para cantarem um admirável concerto às glórias de Maria, enquanto que no Céu ressoam louvores entusiasmados porque penetra na pátria bem-aventurada a Virgem santíssima, a receber a coroa que estava reservada, pela sua dignidade incomparável de Mãe de Deus. “Alegremos-nos todos!”, clama a Santa liturgia, e terra e céu celebram, em transportes de júbilo (Introito), ao considerar a beleza moral e as virtudes de Maria (Gradual), a felicidade daquela que, figurada pela Sabedoria (Epístola), escolheu a melhor parte (Evangelho), que é a contemplação dos divinos mistérios no eterno Palácio.
Semelhante à lei de Deus, à Sabedoria que estabeleceu sua morada no meio do povo de Israel, para ali operar maravilhas, Maria vivendo na terra deu ao seu povo o prometido Messias, e será a glória da humanidade, chamando-lhe bem-aventurada todas as gerações.
Está pois de posse da melhor parte, desde o dia da sua Assunção, mas pela sua fidelidade em ouvir a palavra divina neste mundo é que mereceu tão elevado triunfo! “Bem mais feliz aquele que ouve e guarda palavra de Deus”, afirmava Jesus à mulher que celebrava a glória de sua Santa Mãe. Felizes seremos nós, se, admirando e cantando com os anjos triunfo de Maria, vivermos em espírito de verdade, ouvindo e praticando a lei divina!