D. Crisóstomo d’Aguiar
Continua a Liturgia a ministrar aos fieis os ensinamentos que os Livros Santos, principalmente os Evangelhos, encerram de mais prático e útil para a vida cristã.
O Evangelho deste domingo, sob a forma de parábola, lembra que todos os homens somos chamados à Bem-aventurança que Deus tem preparada para os seus. Assim como criaturas de toda a classe e condição foram convocadas para o baquete nupcial, a humanidade inteira recebe convite, da parte do Senhor, para ingressar primeiro na Igreja e depois no Paraíso dos Santos. É certo que, como aos convidados da parábola aconteceu, muitos povos, muitos homens se negam a aceder ao convite da misericórdia divina, tais os infelizes Judeus e outros que voluntariamente andam nas sendas da morte. Outros, porém, trajados da veste nupcial do Batismo, gozam meios de santificação, de doutrina, de Sacramentos, que, como boa Mãe, põe à disposição de seus filhos, os que ouvimos e acorremos ao seu chamamento.
A Sagrada Eucaristia, porém, é o manjar mais gostoso que Deus nos pode proporcionar, pois contém tudo o que pode fazer a ventura do nosso coração, e a esse festim, de contínuo à nossa espera, a graça nos atrai. Oxalá nunca nos recusemos! Mas, antes de nos abeirarmos de tão augusto festim onde o próprio Jesus, Deus e Homem, se nos dá em alimento, perguntemo-nos se estamos vestidos da graça como de veste nupcial. É mister ter deixado o pecado, e vestido o homem-novo, se não queremos sofrer o castigo do convidado indigno, que foi lançado às trevas exteriores!
Mas, com vestes nupciais, vamos muitas e muitas vezes ao banquete celestial, cá na terra, prelibação do que há de ser a visão beatífica, no Céu.
[Segue abaixo o texto do próprio da Missa do Décimo Nono Domingo depois de Pentecostes]