D. Crisóstomo d’Aguiar
O Espírito Santo foi-nos dado nas festas de Pentecostes, e na Comunhão recebemos a Jesus (Comunhão); é mister que a nossa alma como o nosso corpo vivam guiados e movidos pelo Espírito de Deus (Epístola), em perfeita sujeição à sua lei. Pelo Espírito nos será revelada a vaidade das pretensões que nutrimos e a fealdade de paixões tão vis como a inveja. Por Ele aprendemos a fazer bem a todos e a corrigir nossos irmãos com doçura paciente que nos inspira a consciência da fragilidade própria.
Libertos das seduções do amor próprio, com os olhos fixos em nossas misérias e fraquezas, seremos cheios de generosidade em revelar defeitos alheios, em nos compadecermos. Sob a operação misteriosa mas real da Eucaristia, não será o nosso sentir que nos há-de dominar, mas sim o divino Sacramento de que nos alimentamos (Pós-comunhão). Em verdade, assim como tirou da morte o filho da viúva de Naim, Jesus Cristo, recebido na Eucaristia, arranca-nos dos abismos do mal, movido da compaixão misericordiosa que O agitava junto da viúva desolada a chorar o seu filho morto (Evangelho).
Vivamos sempre nesta vida sobrenatural reconquistada, que não consistirá só, para nós, em evitar as “obras da carne” contra as quais nos premunia o Apóstolo, mas principalmente nas “obras do Espírito”, fruto do amor, e na humilda desconfiança de nós mesmos, visto como por Jesus Cristo e só por Ele valemos o que somos (Epístola).
[Segue abaixo o texto do próprio da Missa do XV Domingo depois de Pentecostes]