D. Crisóstomo d’Aguiar
Dá-se aos fariseus uma lição e afirma-se mais uma vez o preceito da caridade para com o próximo, que não é mais que a manifestação do amor para com Deus.
É também a recordação desta verdade que resume a história dos judeus: o Messias, filho de Davi, é maior que Davi. Nosso Senhor, Rei dos séculos, Soberano Juiz à direita do Pai, é bem tal qual profetizou Davi, e a Ele se dirigirá justamente o discípulo fiel: “Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós!” e, no cumprimento do “grande mandamento da Lei” (Evangelho), medita, e guarda a sua palavra de todo o coração, à semelhança do mesmo divino Mestre, que em Getsêmani repetiu três vezes, na mortal angústia daquela hora: “Faça-se, ó Pai, a vossa vontade”.
A este dever da caridade para com Deus, acrescenta-se o de amar o próximo. O mesmo Senhor, a mesma lei, o mesmo Batismo, as mesmas esperanças obrigam-nos, diz S. Paulo, a uma estreita união nos vínculos da caridade, que nos leva a suportar-nos mutuamente (Epístola). E para que os fariseus se convençam de que é verdadeira esta doutrina, Jesus prova-lhes com o texto de Davi que quem lhes fala assim é Deus.
N’Ele, Chefe da humanidade regenerada, encontra o mandamento da caridade a sua perfeição. Quem assim amou a Deus Pai, e, n’Ele, o homem que caíra, mas agora regenerado?
[Segue abaixo o texto do próprio da Missa do Décimo Sétimo Domingo depois de Pentecostes]