D. Crisóstomo d’Aguiar
Data somente do século XV a celebração desta festa; e por isso nos documentos litúrgicos anteriores se lhe chama simplesmente Dominica de rosa, o próprio Papa celebrava neste dia e fazia a homilia, anunciando ao povo a próxima vinda do Espírito Santo. Para dar uma forma mais sensível ao tema desenvolvido, do óculo central do edifício do Panteão, enquanto o Pontífice pregava, faziam cair sobre os fieis uma chuva de rosas, que figuravam o Espírito Santo. É esta provavelmente a razão porque ainda hoje, nas nossas igrejas, está em vigor o costume de lançar flores sobre os assistentes, no dia da Ascensão, alegres com a próxima descida do Espírito Consolador.
A Liturgia recorda-nos, pois, que está próximo a realizar-se a predição que Jesus fez, e ensina-nos igualmente de quantas provações hão de ser alvo os Apóstolos no exercício da sua missão.
De fato, antes de subir ao Céu prometera o Mestre que não nos deixaria órfãos, mas nos enviaria o Espírito de consolação (Evangelho), para que em todas as coisas glorificássemos a Deus por Jesus Cristo (Epístola). Um sentimento de confiança domina, e essa confiança inspira a força, a prudência, o espírito de caridade e de oração. No meio das dificuldades e das perseguições, procuremos a Deus na oração, porque o seu Espírito nos defenderá e guardará.
Imitando os Apóstolos que, no recolhimento do cenáculo, esperavam a realização das diversas promessas, preparemo-nos, não só com a oração, mas com a caridade (Epístola), para recebermos o Espírito no dia de Pentecostes.
[Segue abaixo o texto do próprio da Missa do Domingo dentro da Oitava da Ascensão]