D. Crisóstomo d’Aguiar
As origens desta solenidade remontam ao século V. As Igrejas do Oriente celebravam-na com o nome de Festa de Todos os Mártires; no Ocidente, porém, só no século VII, precisamente em 610, é que o Papa Bonifácio IV para comemorar a consagração que fizera ao culto católico do templo pagão do Panteão, o templo de todos os deuses, fixou a 13 de maio a festa de Todos os Santos, principalmente da Santíssima Virgem e dos santos Mártires.
Mais tarde a festa tomou um caráter mais geral, e foi transferida para o dia primeiro de novembro. As missas tanto da Vigília quanto da Festa mostram claramente que a Liturgia junta, numa mesma solenidade e num mesmo culto, a memória de Todos os Santos, canonizados ou não, conhecidos ou desconhecidos, sem exceção.
Numa admirável visão, mostra-nos S. João (Epístola), no Céu, os doze mil inscritos de cada tribo de Israel, e uma enorme multidão que ninguém seria capaz de contar, diante do trono do Cordeiro, vestidos de branco e com palmas na mão. Jesus Cristo, a Virgem, os Mártires, os Apóstolos, os Confessores, as Virgens, todos aqueles que neste mundo foram desprendidos dos bens da terra, os humildes, os aflitos, os mansos de coração, os misericordiosos, os puros, os pacíficos, as vítimas da perseguição por amor da justiça, todos lá estão de posse da recompensa que lhes estava preparada (Evangelho, Comunhão). Entre esses milhões de justos estarão muitos dos nossos parentes, amigos, membros da nossa família, beneficiando do culto que a Igreja lhes vota neste dia, adorando o Senhor, rei dos reis, e coroa de todos os Santos!
Que alegria para nós associar-nos ao seu triunfo, e que motivos para recorrermos a eles na esperança de obtermos a tão desejada abundância das divinas misericórdias (Oração)!