D. Crisóstomo d’Aguiar
Diz-nos o Apóstolo S. Paulo: “Já fostes trevas, mas agora sois luz do Senhor; andai como filhos de luz, porque o fruto da luz está, com efeito, em tudo que é bom, justo e verdadeiro”.
É pois este o caminho a trilhar para se conseguir a pureza dos costumes e pertencer a Cristo: primeiro deixar as trevas do mal, e, depois, seguir com Cristo, fazendo obras de “filhos da luz”.
O Evangelho é uma lição admirável em que o Mestre nos apresenta, em contraste, a dominação opressora de Satanás que se empossou duma alma, e a ocupação doce e tranquila dum coração em que Deus está como rei.
Durante a santa Quarentena, tempo em que a luta contra o velho homem é mais intensa, e as ciladas do inimigo são mais frequentes, é para recear resistamos com obras boas, justas e verdadeiras (Epístola).
Por não haver atendido à hora da visita de Deus foi ferido da cólera divina, e o seu estado, se tornou pior que antes da vinda do Salvador (Evangelho).
Não nos passe despercebida a hora da graça; e peçamos a Jesus, que expulsou o demônio mudo, estenda o seu poderoso braço, que nos proteja das fraquezas (Oração), e, livres do terrível mutismo que a tantos impede a confissão das próprias faltas, nos preparemos a congraçar-nos com Deus, e, confiados, aguardemos as santas alegrias da Páscoa.
[Segue abaixo o texto do próprio da Missa do Terceiro Domingo da Quaresma]