Jackson de Figueiredo
Já, por diversas vezes, tenho chamado a atenção para o problema judaico que se renova, no Brasil, com aspectos muito diversos dos que teve quando veio para cá, às costas do desgraçado povo português, que está entre os que mais sofreram, no mundo ocidental, do parasitismo judeu.
E só afirmará que não nos devemos preocupar com essa ainda obscura face da nossa vida, quem não tenha capacidade de observar o que se vai passando nos nossos dois grandes centros urbanos, onde ramos inteiros de comércio vão caindo em mãos de judeu de origem polaca, húngara, etc. Já em livros de Salomão Reinach e outros, verificara eu a atenção especial que a América do Sul – após a vitória na terra yankee – vai merecendo.
Entretanto, houve quem ousasse estranhar a minha “antecipada” preocupação neste sentido…
Pois bem: só agora pude ler o livro célebre do judeu Theodoro Herzl, sobre o “Estado Judeu”. Li-o na edição francesa que traz uma introdução de outro judeu, Baruch Hagani, e o que mais me interessa nele é ver confirmadas as verificações que já fizera através [de] outros autores.
De fato, o livro de Theodoro Herzl é o testemunho mais esmagador de que o imperialismo judeu tem os olhos de tal modo cravados nas terras da América do Sul, a ponto de que já lhe não pesam confissões de uma ousadia insultantemente blasfematória contra a dignidade dos povos latino-americanos.
Note-se que o livro de Herzl não é nem uma fantasia generosa, nem um panfleto contra os povos cristãos.
São os próprios críticos judeus que o dizem: é quase um negócio que um pensador judeu oferece à alta finança dos seus irmãos pela fé e pelo sangue. Este negócio se resume em entregar a uma companhia de fundos judaicos, a “Jewish Company”, a construção, digamos assim, de um Estado judeu, única maneira, julga Herzl, de resolver o problema judaico no seio dos povos sobre quem ele pesa. Porque Herzl tem grandes visos de imparcialidade na sua explanação. Para ele o judeu é positivamente uma criatura incômoda às sociedades que o acolheram, se bem fossem essas mesmas sociedades – no dizer do mesmo Herzl – que o tivessem modelado socialmente, assim, um tipo perpetuamente inclinado ou ao domínio pelo ouro ou à nevrose revolucionária.
“A questão judaica existe por toda a parte onde vivam os judeus, mesmo em pequeno número.” É a confissão de Herzl, para quem, aliás, esta questão “não é nem social nem religiosa, qualquer que seja o aspecto particular com que se apresente, segundo os tempos e os lugares”. Ela “é uma questão nacional, e para se resolver é preciso, antes do mais, fazê-la uma questão universal, que deverá ser regulada nos conselhos dos povos civilizados”. “Nós somos um povo uno” – diz Herzl.
A verdade é, porém, que não me interessam verdadeiramente nem as ideias propagadas por Herzl nem os processos que ele aconselha seguir para a realização do seu projeto.
O que realmente me interessa é o seguinte: Assentado que os judeus do mundo inteiro necessitam construir, edificar uma pátria, sobre determinado ponto do planeta, para Herzl não é coisa resolvida e certa que eles devam juntar-se na Palestina.
Herzl, intitula um capítulo com esta pergunta: Palestina ou Argentina?
E eis a sua maneira de encaminhar a questão:
“Que preferir, a Palestina ou a Argentina? A Sociedade (refere-se à “Society of Jews”) receberá o que se lhe der, levando em conta as manifestações da opinião pública judaica a esse respeito. Constatará uma e outra.
“A Argentina é um dos países mais ricos da terra, de uma colossal superfície, com uma fraca população e um clima temperado.
“A República Argentina teria o maior interesse em ceder-nos um pedaço de território. A atual infiltração judaica está, em verdade, produzindo lá, um pouco de mau humor. Seria necessário, pois, explicar à República Argentina a diferença essencial da nova imigração judaica” (pags. 94-95).
Porque não se pense que seria uma simples colonização em grande escala mas com o caráter de todas as outras. Não. Herzl teve o cuidado e a coragem de nos explicar o que quer. Assim às pags. 92-93, eis como se expressa: “Dois territórios são tomados em consideração: A Palestina e a Argentina. Houve experiências de colonização judaica dignas de nota nessas duas regiões, sem dúvida segundo o falso princípio da infiltração sucessiva.
“A infiltração acaba sempre mal. Porque, regularmente, chega o momento em que o governo, sob a pressão das populações, que se sentem ameaçadas, impede a ulterior afluência dos judeus. Por consequência a imigração não tem verdadeiramente razão de ser senão com a base de nossa soberania assegurada.
“A ‘Society of Jews‘ negociará com as autoridades soberanas dos territórios em questão e isto sob o protetorado das potências europeias, se a coisa lhes servir. Podemos dar à autoridade soberana do país de que desejamos fazer a aquisição, enormes vantagens, tomar a nosso cargo uma parte da dívida pública, construir vias de comunicação, de que nós mesmos teremos necessidade, e muitas outras coisas ainda”.
Eis, pois, como um agente ou comparsa da alta finança judaica ajuíza dos governos sul americanos…
Que os povos da América do Sul tenham os olhos abertos. Não durmam, se não querem acordar escravos da pior espécie de escravidão que é a do ouro judeu.
Herzl afirma categoricamente a sua crença na viabilidade do seu projeto. Ele diz que o Estado judeu é uma necessidade mundial, e por isso mesmo se realizará.
Mas pouco importa que se realize ou não. O fato importante a constatar é este: os judeus têm, mais uma vez, os olhos sobre nós. Todo o cuidado, pois, é pouco. Se a América transformar-se de fato no “paraíso dos judeus”, é mais do que certo que a escravidão branca criará raízes aqui, pois é claro como o sol que não temos os meios de defesa social com que contam o povos europeus.
Quando se sae pois de aparições e visitas como as do Sr. Marc Leiztzchick e outros, podemos nós, brasileiros, estar certos de que elas não são viagens de recreio ou puramente sentimentais.
Talvez o “mau humor” notado por Herzl lá para os lados da Argentina, não se encontre ainda por aqui…
Parece que no Brasil tudo é possível.
Gazeta de Notícias, 9 de Março de 1927.