Gilbert Huddleston, Enciclopédia Católica
Nascida por volta de 1045, faleceu em 16 de novembro de 1093. Era filha de Eduardo “o Atelingo”, ou “o Exilado” e de Agatha, parente de Gisela, esposa de Santo Estêvão da Hungria. Era também neta de Edmundo Braço de Ferro. Uma tradição constante assevera que o pai de Margarida e seu irmão Edmundo foram enviados à Hungria por segurança durante o reinado de Canuto, mas nenhum registro do fato foi encontrado naquele país. A data do nascimento de Margarida não pode ser estabelecida com precisão, mas deve ter sido entre os anos de 1038, quando Santo Estêvão morreu, e 1057, quando seu pai retornou à Inglaterra. Parece que Margarida veio com ele naquela ocasião e, quando de sua morte e conquista da Inglaterra pelos normandos, a mãe dela, Agatha, decidiu retornar para o continente. Entretanto, uma tempestade dirigiu seu navio para a Escócia, onde Malcolm III os recebeu sob sua proteção, subsequentemente tomando Margarida como esposa. Este evento foi retardado por certo tempo devido ao desejo de Margarida de ingressar na vida religiosa, mas acabou por ocorrer em algum momento entre 1067 e 1070.
Em sua posição como rainha, toda a grande influência de Margarida foi empregada na causa da religião e da piedade. Um sínodo foi realizado, e entre as reformas especiais instituídas, a mais importante foi a regulação do jejum quaresmal, observância da comunhão pela Páscoa e a remoção de certos abusos a respeito do casamento entre graus de parentesco proibidos. Sua vida privada foi dedicada a constantes orações e práticas de piedade. Ela fundou diversas igrejas, inclusive a Abadia de Dunfermline, construída para conservar seu maior tesouro, uma relíquia da Cruz Verdadeira. Seu livro dos Evangelhos, ricamente adornado por joias, que um dia caíram num rio e foram, de acordo com a lenda, miraculosamente recuperadas, está agora na Biblioteca Bodleiana em Oxford. Ela previu o dia de sua morte, que ocorreu em Edimburgo em 16 de novembro de 1093. Seu corpo foi sepultado diante do altar-mor em Dunfermline.
Em 1250, Margarida foi canonizada por Inocêncio IV, e suas relíquias foram trasladadas em 19 de junho de 1259 para um novo santuário, cuja base é porém visível detrás do moderno muro leste da igreja restaurada. Durante a Reforma Protestante, sua cabeça passou para a posse de Maria [Stuart] da Escócia, e posteriormente foi protegida pelos jesuítas em Douai, onde se acredita que pereceu durante a Revolução Francesa. De acordo com George Conn, “De duplici statu religionis apud Scots” (Roma, 1628) o restante das relíquias, juntamente com as de Malcolm, foram adquiridas por Filipe II da Espanha, e colocadas em urnas no Escorial. Quando, entretanto, o bispo Gillies de Edimburgo solicitou a Pio IX que retornassem à Escócia, elas não puderam ser encontradas.
A maior autoridade a respeito da vida de Margarida é a biografia contemporânea impressa em “Acta SS.”, II, Junho, 320. Sua autoria tem sido atribuída a Turgot, o confessor da santa, um monge de Durham e posteriormente Arcebispo de St. Andrews, e também a Theodoric, um monge um tanto obscuro; mas a despeito de muita controvérsia, tal ponto permanece ainda sem solução. A Festa de Santa Margarida é agora observada por toda a Igreja em 10 de junho.
BIBLIOGRAFIA:
Acta SS., II, June, 320; CAPGRAVE, Nova Legenda Angliae (London, 1515), 225; WILLIAM OF MALMESBURY, Gesta Regum in P.L., CLXXIX, also in Rolls Series, ed. STUBBS (London, 1887-9); CHALLONER, Britannia Sancta, I (London, 1745), 358; BUTLER, Lives of the Saints, 10 June; STANTON, Menology of England and Wales (London, 1887), 544; FORBES-LEITH, Life of St. Margaret. . . (London, 1885); MADAN, The Evangelistarium of St. Margaret in Academy (1887); BELLESHEIM, History of the Catholic Church in Scotland, tr. Blair, III (Edinburgh, 1890), 241-63.
FONTE:
Huddleston, Gilbert. “St. Margaret of Scotland.” The Catholic Encyclopedia. Vol. 9. New York: Robert Appleton Company, 1910. 9 Jun. 2019 <http://www.newadvent.org/cathen/09655c.htm>.
Traduzido por Leonardo Brum.
[Segue abaixo oração à santa, por ocasião de sua festa, a 10 de junho, extraída do Missale Romanum, ed. Vozes, 1943]
OREMOS Ó Deus, que tornastes admirável por sua caridade para com os pobres a bem-aventurada rainha Margarida, fazei com que, por sua intercessão e exemplo, aumente em nossos corações o vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. | OREMUS Deus, qui beátam Margarítam regínam exímia in páuperes caritáte mirábilem effecísti: da; ut ejus intercessióne et exémplo, tua in córdibus nostris cáritas júgiter augeátur. Per Dóminum Nostrum Jesum Christum. |